Artigo original publicado no TI Inside (Clique aqui).
Fora do laboratório, a história é outra. Um dos maiores desafios do setor de inovação tem sido explicar o porquê se investir tanto em tecnologia e porque ela é tão importante para o desenvolvimento da humanidade. Diante deste cenário, a pesquisa aplicada busca demonstrar no mundo real tudo o que funciona dentro de um ambiente controlado.
Boas ideias podem parecer intangíveis, mas é assim que são desenvolvidos produtos e soluções que revolucionam o cotidiano das pessoas. Com o 5G não é diferente. Protagonizando os noticiários de 2021 e responsável pelo maior leilão da história brasileira, a tarefa de casa de muitos institutos de pesquisa é buscar cada vez mais aplicabilidade deste avanço tecnológico.
Segundo dados informados pela CNN, no final do evento, o saldo era de R$ 46,7 bilhões movimentados e cinco novas operadoras de telecomunicações no Brasil. Durante o leilão, as empresas arremataram alguns blocos de frequência de transmissão do 5G. Portanto, a nova ferramenta não auxilia apenas na área de telecomunicação, mas também em saúde, indústria, agricultura entre outros.
Com isso, o Brasil passou a integrar a lista de mais de 60 países que possuem rede de 5G, e a expectativa é de que os próximos anos envolvam a expansão dessa rede pelo mundo e o surgimento de novas aplicações. Sendo assim, será possível ver a popularização de tecnologias que eram caras e inviáveis funcionar em escalas maiores – como monitorar remotamente uma plantação em fazendas ou auxiliar a telemedicina em cirurgias à distância, pela baixa latência que o 5G proporciona.
Para que isso seja possível, a pesquisa aplicada entra em todas as áreas e verticais de uso da nova tecnologia. A ideia desse tipo de pesquisa é entender o problema da indústria e resolver antes do 5G se tornar uma tecnologia pública já que, a partir disso, o consumidor final vai querer utilizara solução. Para os investidores, a aplicabilidade deve ser ainda mais tangível, já que quem coloca dinheiro em projetos promissores precisa enxergar a viabilidade da proposta.
Neste ano, disputarão espaço no palco principal o 5G e o metaverso, mas não quer dizer que essas duas frentes não possam caminhar juntas. Estar nos holofotes é a ponta do iceberg de tudo o que já foi desenvolvido e é um “gostinho” do que ainda está por vir.
Paulo Melo, psicólogo, com mestrado em psicologia cognitiva e doutorado em desenho industrial pela TU/e. Atualmente, ele é gerente sênior do Sidia, que trabalha com tecnologias emergentes para clientes globais.